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Nos anos 2000, a tendência era desfilar com seios turbinados. Com a bandeira da autoaceitação ganhando força nos dias atuais, as amarras aos padrões de beleza têm dado espaço à liberdade de assumir o próprio corpo. O processo de mostrar quem se é de fato, sem grandes mudanças estéticas, gerou um novo fenômeno nos consultórios de cirurgia plástica. Mulheres desejam trocar as próteses mamárias por outras mais naturais, que o diga Regis Ramos, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Médico da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o especialista viu a procura por implantes de silicone menores aumentar em torno de 90% em seu consultório, localizado na capital carioca. Cirurgião plástico das atrizes Giovanna Antonelli, Sophia Abrahão, Carol Nakamura e Arlete Salles, Regis concedeu entrevista à coluna Claudia Meireles sobre a movimentação feminina em busca de próteses que demonstrem naturalidade.

Mudança de padrões
Houve uma mudança no padrão estético das mamas. De acordo com Regis,está comum atender pacientes com queixas relacionadas aos seios grandes. O cirurgião plástico conta que as mulheres alegam ter uma aparência fora do biótipo, devido ao grande tamanho dos implantes. Elas requisitam a substituição por alguns motivos. O primeiro, a flacidez ocasionada pela medida exagerada das próteses.

Em segundo lugar, as mulheres almejam abraçar as próprias curvas, além de poder sair sem sutiã, entrega Regis. Dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), mostram que o Brasil ocupa a primeira posição do ranking de países onde mais são feitos procedimentos, como a operação de implante mamário de silicone. A técnica é a mais realizada da lista de cirurgias estéticas.

As interessadas em trocar as atuais próteses podem respirar aliviadas. O especialista explica que o método é relativamente mais simples, pois já existe o espaço do implante antigo que será removido e colocado um novo. “Geralmente, quando não for retirada pele da mama, preferimos por colocar no mínimo 100ml menor que as próteses antigas para não acontecer situações de flacidez na região”, esclarece o médico.

Procedimento
Para o membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, quando a paciente solicita a retirada do silicone, o profissional deve discutir com ela a respeito da perda de volume ou ganho de flacidez. Um dos quadros pode ocorrer após o procedimento de mamoplastia. Na maioria dos casos, é inevitável fazer uma nova cicatriz para dar um formato estético harmonioso aos seios.

“Quando a troca for por uma prótese com volume pouco menor que a atual, esse procedimento pode ser feito pela cicatriz antiga. Quando a opção é substituir por um implante muito menor, devemos informar a paciente quanto a provável necessidade de uma cicatriz maior para retirada da flacidez”, esclarece o cirurgião plástico.

A maior dúvida das pacientes de Regis está relacionada ao tamanho das cicatrizes. “Hoje em dia, com as novas técnicas, as marcas estão cada vez menores”, afirma. Na avaliação do especialista, o tempo de substituição de uma prótese maior para uma menor depende de cada cirurgião. Ele não aconselha fazer a troca do implante mamário antes de três meses a contar da última mamoplastia, em razão das mamas ainda apresentarem edemas e não terem alcançado o formato final.

No exercício da profissão desde 2005, Regis Ramos opta por colocar a prótese por cima do músculo por ser uma cirurgia menos agressiva e, praticamente, sem dor no pós-operatório. Ao contrário de quando implantam o silicone embaixo do músculo. O método requer um cuidado maior após o procedimento. “Não podemos esquecer que tem as indicações precisas, por exemplo, nos casos em que a paciente tem pouco tecido e o implante pode comprometer a estética. Também quando a mulher é muito magra, entre outras questões”, pondera o médico.

Pós-operatório
Como o procedimento de troca das próteses é relativamente mais simples, o pós-operatório também exige menos cautela em comparação com a primeira mamoplastia. Os principais cuidados são: usar sutiã específico entre 20 a 30 dias; expor a cicatriz ao sol depois de 60 dias, caso fizer antes, seguir a recomendação do cirurgião plástico; praticar atividade física a partir da segunda semana; e retornar ao trabalho após 48 horas da alta hospitalar.

Nos primeiros dias de pós-operatório, a paciente deve ficar em alerta na temperatura das mamas, sinais de infecção em volta da cicatriz, aumento exagerado e saída de secreção dos seios. Outra situação que merece atenção é do implante de silicone virar. De acordo com Regis, qualquer evidência desse caso, a mulher precisa recorrer ao consultório do cirurgião plástico.

“A mulher deve procurar o cirurgião quando existir evidências que a prótese de mama virou, para poder ver a necessidade de uma cirurgia para solução do caso ou o reposicionamento da prótese no consultório”, fundamenta o médico. A fim de evitar complicações, é imprescindível a paciente fazer o acompanhamento anual com exames de imagem como ultrassonografia, mamografia ou ressonância magnética, orienta Regis Ramos.

Segundo o cirurgião plástico, não há um tempo determinado para a troca das próteses mamárias por outras novas, mas sim uma avaliação a fim de saber se está tudo bem com os seios e implantes. “A paciente deve levar uma vida normal, não esquecer de tocar a sua mama e ao sinal de qualquer anormalidade deve procurar o seu médico para uma avaliação”, conclui.

fonte: Metrópoles